Na Alemanha, esta segunda-feira, foi dia de greve geral nos transportes. Dois milhões e meio de trabalhadores dos aeroportos, portos, autoestradas e caminhos de ferro aderiram ao protesto. Os trabalhadores reivindicam reajustes salariais de 10% para responder à inflação e ao custo de vida.
Só no aeroporto de Frankfurt foram cancelados mil e duzentos voos e pelo menos 170 mil passageiros ficaram em terra devido à “mega greve dos transportes”, foi assim apelidada pela imprensa alemã a paralisação que afetou toda a Alemanha: aeroportos, portos, caminhos de ferro, autoestradas e postos fronteiriços.
A greve geral foi convocada pelas centrais sindicais que representam um setor que emprega mais de dois milhões e meio de trabalhadores. Na origem do protesto estão reivindicações de reajustes salariais, em resposta ao aumento do custo de vida e a um inflação que, em fevereiro, foi de 8,7%.
"As rendas, especialmente aqui em Frankfurt, já não são comportáveis. As pessoas têm dois ou três trabalhos para conseguir viver, e as nossas exigências são um requisito mínimo. Temos de nos manter inflexíveis e manter as exigências", refere um manifestante.
“Exigimos 10,5%. Pelo menos, 500 euros. E este montante mínimo é particularmente importante para nós, porque são precisamente os grupos de baixo e médio rendimento que são afetados desproporcionalmente pela inflação”, explica fonte dos sindicatos.
O governo de Berlim dá razão às reivindicações dos grevistas e já fez uma contraproposta às centrais sindicais.
"Apresentámos uma boa proposta. Espero que agora os sindicatos afastem as exigências elevadas e encontremos um meio-termo", refere fonte do governo alemão.
A Alemanha é a primeira economia europeia, habituada à conciliação social e às negociações salariais entre patronato e centrais sindicais, o país vive a maior vaga de contestação das últimas décadas Só este ano, já foram registadas greves na educação, nos hospitais e nos correios.