Na segunda quinzena de Abril, a ONU prevê que a Índia ultrapasse a China em termos demográficos e se torne o país mais populoso do planeta, com mais de 1.400 milhões de habitantes.
Alguns estados indianos tentam controlar a taxa de natalidade, mas debatem-se com a resistência das populações.
Diariamente, Pratima Kumari, delegada de saúde, trava uma batalha nos distritos com maior taxa de fertilidade em toda a Índia. Planeamento familiar e saúde reprodutiva são conceitos incompreensíveis para uma população com um elevado grau de analfabetismo e avessa ao controlo da natalidade.
Além da distribuição gratuita de preservativos e pílulas contracetivas, o Estado paga três mil rúpias indianas (cerca de 35 euros) às mulheres que se submetam a uma esterilização e mais mil rúpias aos homens que façam uma vasectomia.
A população masculina oferece resistência, tremendo que a virilidade seja afetada, mas muitas mulheres já começam a ter voz na matéria. No entanto, a maioria é pressionada pelas próprias famílias a ter pelo menos cinco filhos. De preferência rapazes, para trabalharem no campo.
A explosão populacional não gera dificuldades apenas nas zonas rurais mais pobres. As autoridades indianas antecipam uma migração em massa para os centros urbanos, que irá esmagar os serviços sociais e as infraestruturas de saúde.