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Anarquista italiano termina greve de fome de seis meses contra regime de prisão

Líder mafioso Alfredo Cospito
Líder mafioso Alfredo Cospito
GUGLIELMO MANGIAPANE/Reuters

Cospito, que perdeu 45 quilos durante greve de fome, foi condenado a 30 anos de prisão por atacar um quartel da polícia e um executivo de uma empresa nuclear.

O líder anarquista italiano Alfredo Cospito abandonou esta quarta-feira uma greve de fome que tinha iniciado há seis meses para protestar contra o regime de prisão solitária a que está sujeito, noticiou a agência italiana ANSA.

Cospito, de 55 anos, tomou a decisão após o Tribunal Constitucional ter aberto, na terça-feira, o caminho para que a sentença de 30 anos a que foi condenado não seja transformada em prisão perpétua.

O líder da Federação Informal dos Anarquistas (FAI) foi condenado a 20 anos de prisão por um ataque a um quartel da polícia, que provocou dois feridos, e a 10 anos por ter atacado um executivo de uma empresa nuclear, segundo a mesma agência.

Cospito encontra-se em isolamento solitário desde maio de 2022, num rigoroso regime de isolamento prisional conhecido como "41Bis". De acordo com a agência espanhola EFE, o regime em causa é geralmente reservado aos mafiosos e aos piores criminosos para os impedir de continuar a comandar a partir da prisão.

Para protestar contra esse regime, iniciou uma greve de fome em 20 de outubro, que o fez perder 45 quilos, segundo a ANSA. Por receio de que ficasse gravemente doente ou até morresse, foi transferido de uma prisão da Sardenha para uma de Milão com melhores instalações de saúde.

O recurso de Cospito para ser libertado do regime "41bis" foi recusado pelo ministro da Justiça, Carlo Nordio, bem como pelos tribunais. Nordio acredita que Cospito é "socialmente perigoso".

Cospito estava a fazer campanha para que o regime "41bis", que implica o isolamento quase completo do mundo exterior, fosse levantado para todos os reclusos, incluindo os mafiosos. A campanha estimulou os anarquistas em Itália e no estrangeiro a encenar violentos protestos e ataques incendiários em apoio de Cospito.

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