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Tensão e insultos obrigam a suspender debate no Parlamento italiano

Tensão e insultos obrigam a suspender debate no Parlamento italiano
Alessandra Tarantino/AP

A tensão atingiu o auge quando os deputados do opositor Partido Democrata abandonaram o hemiciclo, entre gritos de “fora, fora” dos ultradireistas nacionalistas Fratelli d'Italia, da primeira-ministra Giorgia Meloni. Assista ao momento.

A sessão convocada, esta sexta-feira, no Parlamento italiano para repetir uma votação decisiva para o orçamento anual ficou assinalada por momentos de tensão e insultos entre deputados, forçando a uma breve suspensão do debate.

Os incidentes ocorreram pouco antes da nova votação necessária para aprovar o Documento de Economia e Finanças (DEF), o programa que define a estratégia económica do país e que hoje foi aprovado, após terem faltado seis votos na sessão de quinta-feira devido à ausência de numerosos deputados da coligação de direita e extrema-direita que governa o país.

A tensão atingiu o auge quando os deputados do opositor Partido Democrata (PD) abandonaram o hemiciclo, entre gritos de "fora, fora", dos ultradireistas nacionalistas Fratelli d'Italia (Irmãos de Itália, FdI), da primeira-ministra Giorgia Meloni, que tentavam justificar as suas ausências pela atividade do Executivo, enquanto eram acusados de terem utilizado uns dias livres na perspetiva da ponte do feriado do 1.º de Maio.

Nesse momento, Nico Stumpo, do PD, insurgiu-se contra os deputados dos FdI, obrigando a uma intervenção dos funcionários e impelido o presidente da Câmara, Lorenzo Fontana, que tinha chamado os deputados à ordem, a suspender momentaneamente a sessão.

Após uma breve interrupção, a sessão foi retomada com a votação sobre o reforço orçamental necessário para aprovar o DEF, e que obteve 221 votos a favor e 115 contra. Apesar de a coligação de direita e extrema-direita no poder superar os 201 lugares que garantem a maioria absoluta, a votação de quinta-feira registou 195 votos a favor, 105 abstenções e 19 contra. Meloni, que se encontra em Londres, comentou este resultado ao referir-se a um "feio deslize, sem significado político".

A resolução proposta pela maioria autorizava um desvio orçamental de 3.400 milhões de euros em 2023 e de 4.500 milhões em 2024, principalmente pela redução de impostos, e a sua aprovação era um requisito prévio para a aprovação do DEF.

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