Na sua decisão, o Tribunal de Apelações de Amesterdão determinou que os ocupantes ilegais do prédio, localizado na Vossiusstraat, no coração da capital neerlandesa, "podem ficar lá por enquanto", já que a casa pertence a um empresário russo sancionado pela UE devido à invasão russa da Ucrânia.
A propriedade está no nome da Paraseven, uma empresa sediada em Tórtola, Ilhas Virgens Britânicas, com um empresário russo como atual proprietário, noticiou a agência Efe. O prédio estava a ser reabilitado em nome do empresário russo e mantinha-se nessa situação na altura em que os invasores ocuparam o edifício em outubro 2022, conforme enfatizado pelo tribunal neerlandês no seu veredicto.
A Paraseven e o empreiteiro que fez a reabilitação pediram a desocupação do prédio, mas a Justiça neerlandesa rejeitou a ação porque "as sanções impedem o empresário russo de utilizar o imóvel e continuar com as obras de reforma, para as quais a expulsão dos ocupas levaria a uma desocupação injustificada".
No entanto, o juiz alertou os ocupas que poderão ser despejados se agirem contra a finalidade habitacional do edifício ou causarem perturbações estruturais, uma vez que ficou demonstrado que organizam regularmente atividades que atraem muita gente, sendo que "uma casa não é adequada" para esses fins.
Segundo o jornal neerlandês NRC, o empresário em questão é o bilionário russo Arkady Volozh, fundador do motor de busca Yandex. A mansão fica ao lado do conhecido Vondelpark, a poucos metros do Rijksmuseum museu nacional, e Volozh comprou-a em duas transações entre 2018 e 2019, pagando um total de 3,4 milhões de euros através da Paraseven, que, segundo a escritura notarial, é uma empresa de propriedade direta do bilionário russo.