Os bombardeamentos intensificaram-se nas aldeias localizadas junto ao Donbass, na linha da frente do conflito. Praticamente cercados pelos russos, os habitantes e combatentes dependem da ajuda distribuída por um empresário de Zaporizhzhya. Aleksander Beluga hipotecou a casa para comprar alimentos e medicamentos. A reportagem dos enviados especiais da SIC, Susana André e Odacir Júnior.
Antes da guerra, era um dos mais bem sucedidos restaurantes de Zaporizhzhya. Agora, 60 voluntários preparam diariamente quatro mil refeições que são entregues aos militares da linha da frente, à unidade de defesa territorial e às populações das aldeias bombardeadas.
O proprietário do restaurante encarrega-se da distribuição dos alimentos, medicamentos, fraldas e artigos de higiene pessoal. Por volta das 11:00, a equipa deixa a cidade, seguindo as informações dos militares no terreno. Vão a Orikhiv, a 40 quilómetros de Zaporizhzhya.
Depois de uma hora parados no último check point, antes de sair da cidade, a situação torna-se tensa e as unidades de defesa territorial acusam a pressão. Os carros passam a conta gotas por causa dos bombardeamentos que se têm intensificado. As filas junto dos postos de controlos têm quilómetros de comprimento.
Orikhiv está na linha da frente do combate. A aldeia está completamente cercada pelos russos e só há uma estrada que leva até Zaporizhzhya. Os habitantes descrevem momentos de terror.
Com a intensificação dos bombardeamentos, é hora de regressar a Zaporizhzhya. Alguns habitantes que passam pedem alimentos, uma vez que é quase impossível encontrar comida na aldeia. Aleksander Beluga promete voltar o mais rapidamente possível.
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