O primeiro-ministro, António Costa, sublinhou esta quinta-feira a “enorme responsabilidade” da União Europeia (UE) ao atribuir o estatuto de candidato à Ucrânia, pedindo que não se criem “frustrações que resultarão num amargo futuro”, dadas as longas negociações.
“A notícia do dia, como seria de esperar, foi o apoio parte do Conselho Europeu à recomendação da Comissão de atribuir o estatuto de países candidatos à Ucrânia e à Moldávia, […] mas infelizmente o dia ficou também marcado pela desilusão que muitos países dos Balcãs Ocidentes manifestaram relativamente às expectativas europeias”, disse o chefe de Governo.
Falando depois de os líderes da UE terem aprovado a atribuição de estatuto de candidato à Ucrânia, António Costa recordou “a desilusão” dos países dos Balcãs Ocidentais, que negociam há anos a adesão à UE, numa cimeira também realizada esta quinta-feira, que “sinaliza a todos, mais uma vez, […] a enorme responsabilidade de a UE não criar falsas expectativas e não gerar frustrações que, necessariamente, serão um amargo futuro”.
Avisando que o processo de negociações com vista a tal adesão será “necessariamente longo”, o primeiro-ministro defendeu uma relação com Kiev “leal, empenhada e correta”.
E adiantou que “é preciso que a UE também se prepare” em termos institucionais e orçamentais “para o processo de integração ser um caso de sucesso”.
Os chefes de Governo e de Estado da UE concordaram esta quinta-feira em atribuir o estatuto de candidato à Ucrânia e também à Moldávia, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, falando num “momento histórico”.
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