As delegações dos Estados Unidos e da Rússia mantiveram domingo um primeiro contacto em Genebra, onde na segunda-feira acontece um diálogo estratégico para tentar reduzir tensões sobre a questão ucraniana.
Em comunicado, o Departamento de Estado norte-americano disse que a secretária de Estado Adjunta dos Estados Unidos, Wendy Sherman, e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Riabkov, falaram das questões a serem discutidas na reunião de segunda-feira.
Wendy Sherman insistiu com Sergey Riabkov que os Estados Unidos estão “empenhados” nos princípios internacionais de soberania, integridade territorial e na liberdade das nações soberanas de escolherem as suas próprias alianças.
Disse também ao enviado russo que os Estados Unidos esperam fazer verdadeiros progressos através da diplomacia e estão dispostos a discutir “certas questões bilaterais” com a Rússia, mas não a segurança europeia sem a presença dos seus aliados no continente.
Por isso, disse que estas questões deverão ser discutidas na reunião da Rússia com a Aliança Atlântica em Bruxelas na quarta-feira e na reunião do Conselho Permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, na quinta-feira.
Wendy Sherman foi acompanhada na delegação dos Estados Unidos pelo tenente-general do Exército e diretor de operações do Estado-Maior Conjunto, James J. Mingus.
Sergey Riyabkov foi acompanhado pelo vice-ministro da Defesa russo, Aleksandr Fomin.
Os Estados Unidos baixaram este domingo as expectativas sobre as reuniões com a Rússia de segunda-feira sobre a crise na Ucrânia, afirmando que não esperam nenhum “avanço relevante”, embora a Casa Branca se afirme disposta a negociar sobre mísseis e manobras militares.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrel, e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, estiveram domingo reunidos para abordar a questão da Ucrânia, tendo sublinhado que qualquer agressão adicional a este país “terá consequências massivas”.
Os responsáveis alertaram que “qualquer agressão militar adicional contra a Ucrânia terá consequências massivas e um custo elevado”, indica o mesmo comunicado.
Antony Blinken alertou também no domingo a Rússia para o risco de “confronto”, antes do início de negociações entre os dois países em Genebra, que incluem a situação na Ucrânia.
“Existe uma forma de diálogo e diplomacia para tentar resolver algumas dessas diferenças e evitar confrontos”, disse Blinken à estação de televisão CNN, segundo a agência France-Presse.
Para Blinken, a evolução da situação não poderá ser feita num “ambiente de escalada, com armas apontadas à Ucrânia” e “a Rússia deverá deixar de ser a ameaça que representa para aquele país”.
Os ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de soldados na fronteira da Ucrânia, antecipando uma possível invasão, o que Moscovo nega.
A Rússia reclama um compromisso da NATO de não integrar a Ucrânia na aliança militar, o que Blinken assinalou não estar em cima da mesa.