O Reino Unido vai começar a disponibilizar vacinas a alguns homens homossexuais e correm um risco maior de contrair o virus ‘Monkeypox’, divulgaram esta terça-feira as autoridades de saúde britânicas.
Os especialistas estão a considerar a vacinação em alguns homens com maior risco de exposição à infeção humana pelo vírus ‘Monkeypox’, referiu a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, em comunicado.
Esta agencia identificou como grupo de maior risco os homens que fazem sexo com outros homens e que têm múltiplos parceiros, participam em sexo em grupo ou frequentam locais onde o sexo ocorre nas instalações.
“Ao expandir a oferta de vacinas para aqueles em maior risco, esperamos quebrar as cadeias de transmissão e a ajudar a conter o surto”, salientou a responsável de imunização da agência britânica de segurança sanitária, Mary Ramsay.
No mês passado, um importante conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS) realçou que o surto de ‘Monkeypox’ fora do continente africano deverá ter-se espalhado pela atividade sexual de homens em ‘raves’ em Espanha e Bélgica.
Anteriormente, as vacinas estavam disponíveis apenas para profissionais de saúde que cuidavam de pacientes infetados ou para empregados de limpeza que desinfetam áreas contaminadas pelo vírus.
A vacina foi originalmente desenvolvida para a varíola, uma doença relacionada, mas acredita-se que seja cerca de 85% eficaz contra a doença conhecida como a varíola dos macacos.
Casos no Reino Unido
Até o momento, mais de 99% dos casos de ‘Monkeypox’ no Reino Unido ocorreram entre os homens, e a maioria deles ocorre em homens gays, bissexuais ou que fazem sexo com homens.
Os cientistas alertam que qualquer pessoa que esteja em contato físico próximo com alguém infetado com varíola ou com as suas roupas ou lençóis corre o risco de contrair a doença, independentemente da sua orientação sexual.
Atualmente, existem 793 casos de ‘Monkeypox’ no Reino Unido, entre mais de 2.100 casos em 42 países em todo o mundo. Não foi relatada nenhuma morte fora de África.
Portugal registou esta terça-feira mais sete novos casos de infeção humana por virus ‘Monkeypox’, o que faz com o que o número total tenha aumentado para 304 pessoas infetadas, de acordo com dados da Direção-geral da Saúde (DGS).
Até ao mês passado, a ‘Monkeypox’ só tinha causado surtos consideráveis na África Central e Ocidental, sendo que o continente africando relatou até agora mais de 1.500 casos e 72 mortes suspeitas, numa epidemia separada.
As vacinas nunca foram usadas em África para controlar a varíola dos macacos.
Sintomas
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, calafrios, exaustão, evoluindo para erupção cutânea.O período de incubação é tipicamente de seis a 16 dias, mas pode chegar aos 21 e, quando a crosta das erupções cutâneas cai, a pessoa infetada deixa de ser infecciosa.
Portugal vai receber 2.700 doses das vacinas contra o vírus ‘Monkeypox’ adquiridas pela Comissão Europeia, confirmou recentemente a DGS, que está a elaborar uma norma técnica que definirá a forma como serão utilizadas.
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