As tropas russas reforçaram posições e intensificaram os bombardeamentos sobre as cidades de Severodonetsk e de Lysychansk, bastiões da resistência no leste do país. A Ucrânia admite que são duas batalhas infernais.
Os comandantes têm agora um dilema: ficar e lutar até ao último homem ou até à rendição, ou, já com as linhas de abastecimento praticamente cortadas, decidir-se pela retirada e pelo abandono definitivo dos últimos grandes centros urbanos de Lugansk.
Apesar dos bombardeamentos russos, mantêm-se as operações de evacuação das aldeias. Equipas de voluntários arriscam a vida para localizar e retirar idosos ou pessoas com mobilidade reduzida que ficaram encurraladas nas linhas da frente do Donbass.
No sul do país, três mísseis de cruzeiro atingiram Mykolaiv. Os ataques destruíram áreas residenciais, mataram pelo menos uma pessoa e provocaram três feridos. Nos arredores da cidade portuária, as tropas ucranianas operam já em modo de guerrilha.
Camuflados na floresta, os soldados tentam iludir a vigilância dos drones russos e travam diariamente duelos de artilharia na região.
As próximas semanas poderão ser marcadas pela escalada do conflito, preveem analistas militares.
Em solo ucraniano estão já os HIMARS enviados pelos Estados Unidos. Com um alcance até 80 quilómetros, estes sistemas de foguetes de lançamento múltiplo têm seis tubos pré-carregados com mísseis teleguiados por GPS. Podem ser removidos e substituídos em minutos.
Um alto funcionário do Pentágono admitiu que este tipo de armamento não irá alterar o curso da guerra, mas prevê que poderá igualar o cenário e dar à Ucrânia a capacidade de atacar as forças russas a uma distância maior e com mais segurança.
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