O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, alerta este domingo a Rússia para o risco de “confronto”, antes do início de negociações entre os dois países em Genebra, que incluem a situação na Ucrânia.
“Existe uma forma de diálogo e diplomacia para tentar resolver algumas dessas diferenças e evitar confrontos”, diz Blinken à estação de televisão CNN, segundo a agência France-Presse.
Refere também que “o outro caminho é o confronto e as consequências para a Rússia, se renovar a sua agressão contra a Ucrânia”, acrescentando que Washington espera para ver qual o caminho que Putin pretende adotar.
Para Blinken, a evolução da situação não poderá ser feita num “ambiente de escalada, com armas apontadas à Ucrânia” e “a Rússia deverá deixar de ser a ameaça que representa para aquele país”.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos diz acreditar que é possível chegar a um consenso, mas lembra também que os países do G7, à semelhança da União Europeia e da NATO, já tinham alertado para “consequências” no caso de uma nova “agressão” russa na Ucrânia, depois da anexação de província ucraniana da Crimeia em 2014.
Os Estados Unidos têm vindo a trabalhar “nas últimas semanas” com esses aliados para se alcançar um acordo, diz ainda.
Reuniões em Genebra para discutir Ucrânia e armas nucleares
Delegações dos Estados Unidos e da Rússia iniciam este domingo em Genebra, na Suíça, dois dias de reuniões para debater as questões da Ucrânia e do controlo do armamento nuclear.
Os ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de soldados na fronteira da Ucrânia, antecipando uma possível invasão, o que Moscovo nega.
A Rússia reclama um compromisso da NATO de não integrar a Ucrânia na aliança militar, o que Blinken assinala não estar em cima da mesa.
A tensão entre a Rússia e a Ucrânia vai continuar a marcar a agenda dos próximos dias: na segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reúne-se com o chefe da diplomacia da Ucrânia, Dmytro Kuleba, antes de uma reunião da Comissão Ucrânia-Aliança Atlântica, e para terça-feira está prevista uma reunião Rússia-NATO.
Saiba mais
- Ucrânia: “Qualquer solução passará forçosamente pela Europa”, garante Von der Leyen
- Militares russos na fronteira com Ucrânia acusados de desafiar segurança na UE
- Ministros da Defesa dos EUA e Rússia estabelecem raro contacto por telefone
