Olhares pelo Mundo

"Estamos numa missão para salvar a cerveja do mundo"

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Nos arredores de Madrid, a empresa espanhola Ekonoke está a cultivar lúpulo por hidroponia, um método que permitirá garantir o fornecimento necessário deste ingrediente fundamental para a produção de cerveja.

A startup espanhola Ekonoke iniciou um projeto que visa garantir o fornecimento de um ingrediente-chave para a produção de cerveja. Em armazéns nos arredores de Madrid, cultiva o lúpulo sob luzes LED e sob a supervisão rigorosa de especialistas.

"Estamos numa missão para salvar a cerveja do mundo", disse Ines Sagrario, presidente-executiva e cofundadora da Ekonoke, em entrevista à Reuters.

A equipa de 11 membros da empresa espanhola - de agrónomos, químicos e biólogos - trabalha com diferentes combinações de luz e fertirrigação (fertilização através da rega), num projeto-piloto perto de Madrid, à procura do "ingrediente secreto" que melhor se adapta a cada variedade.


As alterações climáticas estão a ameaçar o cultivo do lúpulo, que exige condições muito especiais. Para se desenvolver precisa de temperaturas amenas e longos dias de verão, característicos do clima temperado. Por isso, as principais produções estão limitadas a certas zonas do mundo, como por exemplo na Alemanha, República Checa ou noroeste dos Estados Unidos.


As pesquisas mostram que as secas e pragas, mais frequentes devido ao aquecimento global, estão a diminuir tanto a produção quanto a qualidade do lúpulo. A falta desta matéria-prima está a transformar-se numa dor de cabeça para a indústria cervejeira.

"A procura das cervejeiras é bastante exigente, é impossível fazer cerveja sem lúpulo e essas empresas não querem produzir menos", explicou Sagrariosa.

O objetivo final da Ekonoke é estabelecer plantações de interior em todo o mundo: "Esta planta pode ser cultivado em qualquer lugar: Madrid, Sebastopol ou Timbuktu", concluiu a reponsável da startup.

O que é a cultura hidropónica?

A Ekonoke está também à procura de uma solução para o cultivo de videiras com uso intensivo de água em ambientes fechados, através de sistemas hidropónicos movidos a energia renovável, que usam quase 95% menos água do que a agricultura tradicional ao ar livre.

A cultura hidropónica tem, precisamente, por princípio a sustentabilidade. O cultivo hidropónico tem como base uma prática que não usa terra, sendo esta substituída por uma solução de água enriquecida com nutrientes, entre outras alternativas. Ao usar menos recursos, revela-se uma opção mais sustentável em relação à agricultura tradicional.

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