1 – AQUI ESTÁ A “OPERAÇÃO EM GRANDE ESCALA”
Afinal, os serviços de informação de EUA e Reino Unido não estavam a ser alarmistas. Enquanto decorria a reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o presidente russo anunciou o lançamento de uma operação militar especial na Ucrânia. O objetivo é o de desmilitarizar e desnazificar o país. Putin: “Em caso de interferência estrangeira, a Rússia agirá imediatamente. Tomei a decisão de optar por uma operação militar. Na mensagem, o chefe de Estado russo pediu aos militares ucranianos que “deponham as armas”, garantindo que o seu objetivo não é “a ocupação”, mas sim a “desmilitarização” do país. Putin avisou: “Qualquer país que tente interferir na operação militar terá consequências nunca antes vistas”. Putin acusou os EUA e seus aliados de ignorarem a exigência russa de garantias de que a Ucrânia nunca se tornará membro da NATO.
2 – “O MUNDO PODE E DEVE TRAVAR PUTIN”
Tropas russas desembarcaram em Odessa, cidade localizada nas margens do Mar Negro. Outras forças militares sob o comando de Moscovo estão a cruzar a fronteira em direção a Carcóvia. Nos arredores de Kiev, de acordo com informação divulgada através do Telegram, há registo de ataques com foguetes a caças ucranianos estacionados numa base situada perto de Kiev. Os ataques estão a concentrar-se no leste e sul da Ucrânia. Anton Gerashchenko, vice-ministro do Interior da Ucrânia: “Ou a Ucrânia e o mundo vão parar o novo Hitler agora ou haverá uma Terceira Guerra Mundial”. Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano: “O mundo pode e deve travar Putin; o tempo para agir é agora”. Joe Biden acusou Putin de ter escolhido uma guerra premeditada que implicará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. Numa declaração sobre a ofensiva russa em território ucraniano, o presidente dos Estados Unidos afirmou que a “Rússia é a única responsável pela morte e destruição que este ataque trará” e garantiu que “os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva”. O líder norte-americano revelou que vai reunir-se com os parceiros do G7 durante a manhã desta quinta-feira, antes de fazer uma intervenção pública destinada a anunciar “consequências adicionais que os Estados Unidos e os nossos aliados e parceiros imporão à Rússia por este ato desnecessário de agressão” contra a Ucrânia, a paz global e a segurança. Correspondentes de órgãos de informação internacionais, como a BBC e a CNN, dão testemunho de explosões em diversas cidades da Ucrânia, incluindo Kiev, Carcóvia, Kramatorsk, Dnipro, Mariupol, Odessa e Zaporizhzhia.
3 – UMA “CRISE FABRICADA A LONGO PRAZO”
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já o tinha afirmado há várias semanas: uma invasão da Ucrânia era o “plano do presidente russo, Vladimir Putin”, há “muito tempo”, numa “crise fabricada a longo prazo”. EUA vão envia tropas, caças e helicópteros de ataque para o Báltico. O Pentágono confirmou os movimentos de tropas dos EUA na Europa em resposta à situação na Ucrânia. Serão enviados da Itália para a região do Báltico cerca de 800 soldados e até oito caças F-35, disse o Departamento de Defesa dos EUA. A Ucrânia ordenou a mobilização dos reservistas imagens satélite comprovam escalada militar na Bielorrússia, junto da fronteira norte da Ucrânia.
4 – SE ERA “INEGOCIÁVEL” A PORTA JÁ NÃO ESTAVA ABERTA
Putin disse ontem que “a porta da diplomacia” ainda estava aberta mas ”os interesses russos não são negociáveis”. Blinken fez o que era inevitável os EUA fazerem depois do avanço russo no Donbass: anulou encontro que hoje tinha com Lavrov. A cimeira Biden/Putin deixou ser uma possibilidade desde o discurso de segunda-feira do presidente russo, o tal em que quis reescrever a História à luz dos seus desejos de restauração do espaço soviético e de projeção imperial.
5 – GUERRA HÍBRIDA, ATAQUES “CYBER”, DESINFORMAÇÃO
As três táticas usadas pela Rússia de forma consistente e continuada – e que foram, nas últimas 24 horas, uma espécie de prenúncio da grande operação militar que estaria para vir. Nem a Hungria de Órban (amigo político de Putin) furou o consenso europeu de condenação a Moscovo, nem Draghi impediu a profundidade das sanções económicas. “Este é um momento particularmente perigoso para a Europa”, destacou Borrell, o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros. O pacote de sanções “atingirá a Rússia e atingirá muito”. “Devido a esta situação, hoje, os países europeus deram uma resposta rápida […] e chegaram a um acordo unânime entre os 27 Estados-membros para adotar um pacote de sanções que apresentei ao Conselho após longas horas de negociações”, anunciou Borrell, após uma reunião informal convocada de urgência na véspera para discutir a imposição de sanções à Rússia.
ACOMPANHE AO MINUTO: RÚSSIA INICIA ATAQUE À UCRÂNIA
SAIBA MAIS:
- Os Acordos de Minsk “morreram”: porque é que eram importantes?
- Cinco perguntas e respostas para perceber o conflito entre Rússia e Ucrânia
- Quem são os oligarcas russos próximos de Putin sancionados pelo Reino Unido?