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Mais de 2.400 animais atropelados nas estradas portuguesas em 2016

Mais de 2.400 animais atropelados nas estradas portuguesas em 2016

Mais de 2.400 animais, selvagens e domésticos, foram atropelados nas estradas portuguesas em 2016, uma diminuição de cerca de 34,5% face a 2015, de acordo com dados relativos à monitorização da mortalidade da fauna da Infraestruturas de Portugal.

Segundo o último relatório anual disponível, em 2016 foram registados 2.415 atropelamentos de animais, uma diminuição de cerca de 34,5% face ao valor de 2015 (3.686).

A diminuição, segundo o documento, poderá estar relacionada com "as flutuações naturais de abundância das diversas populações faunísticas, em função do clima, disponibilidade alimentar, doenças epidemiológicas, entre outros fatores, não sendo de excluir alterações na frequência de amostragem e na equipa de trabalho".

No relatório é destacado o distrito de Évora onde a amostragem é efetuada diariamente (a nível nacional é feita duas vezes por semana) pela equipa de investigadores técnicos da Universidade de Évora, ao abrigo do projeto Life Lines, do qual a IP é parceiro. Ao todo, a universidade reportou 498 registais de animais. É tambem referido que:

"Os mamíferos domésticos foram o grupo mais registado, constituindo cerca de 34,5% dos registos totais de 2016. A maior concentração de ocorrências coincidiu com a rede de autoestradas que servem os centros urbanos de Lisboa e do Porto".

Com um total de 951 registos em 2016, os animais domésticos atropelados estão representados principalmente por gatos (73%) e cães (26%).

No que diz respeito aos animais silvestres:

"verificou-se também um elevado número de registos na rede de autoestradas, o que é explicado não só pelas velocidades elevadas e pelo tráfego intenso como também pela frequência de amostragem que é diária neste tipo de vias".

Em 2016 foram registados 1.464 animais silvestres atropelados na rede sob a gestão direta da IP nas autoestradasdo no distrito do Porto, Lisboa, Setúbal, e a Évora. Segundo o relatório, os grupos mais afetados foram os mamíferos com cerca de 933 registos:

  • Carnívoros - 635 registos ( a raposa foi a mais afetada com 230 registos);
  • Sacarrabos - 98 registos;
  • Fuinha - 99 registos;
  • Texugo - 99 registos;
  • Coelhos e lebres - cerca de 174 registos;
  • Ouriço-cacheiro - 83 registos;
  • Javalis - 21 registos;
  • Aves - 446 registos ( corresponde a 30% do número total e são maioritariamente aves de rapina noturnas (184 registos), com predominância da coruja-do-mato);
  • Répteis - 61 registos (estão representados fundamentalmente por cobras (53 registos) e os anfíbios maioritariamente representados pelo sapo-comum (17 registos)

No que diz respeito às espécies com estatuto de ameaça, a IP destaca:

  • 6 Furões-bravos,
  • 3 Tartaranhões-azulados,
  • 1 Açor,
  • 5 Bufos-pequenos
  • 3 Noitibós e um cuco-rabilongo.

No âmbito do Programa de Monitorização da Mortalidade da Fauna foram identificados 11 pontos negros em 2016, sendo os animais afetados os carnívoros e as garças-boieiras. No sentido de minimizar o problema, a IP, está a desenvolver alguns projetos-piloto de medidas inovadoras, enquadrados no projeto Life Lines.

"A implementação de barreiras de rede e de barreiras de vegetação arbustiva (medronheiros) para levantar e encaminhar o voo das corujas, a instalação de protótipos eletrónicos com variada biblioteca de ultrassons ou a colocação de redes metálicas de malha apertada sobre os taludes para impedir a sua colonização por coelhos são algumas medidas a desenvolver."

Lusa

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