O primeiro-ministro e o ministro das Finanças estiveram reunidos esta quarta-feira na residência oficial de São Bento, na sequência das declarações do Presidente da República em defesa de António Costa sobre a transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco.
Mário Centeno chegou à reunião com vontade de abandonar o Governo, mas terá acordado com António Costa uma espécie de pré-demissão, continuando com a pasta das Finanças até junho, de forma a concluir as negociações do fundo de restruturação europeu para fazer face à pandemia do novo coronavírus.
Num comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro, Costa reafirma a confiança pessoal e política em Mário Centeno e diz que ficaram "esclarecidas as questões relativas à falha de informação".
A reunião, que começou pouco antes das 21h00 e não foi comunicada aos restantes membros do Governo, durou cerca de três horas.
Marcelo sai em defesa de Costa e puxa o tapete ao ministro das Finanças
A SIC sabe que foram as declarações do Presidente da República em defesa de António Costa que levaram Centeno a São Bento.
Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quarta-feira que António Costa "esteve muito bem" quando disse que a transferência para o Novo Banco só deveria ser autorizada depois de se conhecerem as conclusões da auditoria em curso.
A "FALHA" DE COMUNICAÇÃO NO GOVERNO
Na quinta-feira da semana passada, o Fundo de Resolução recebeu mais um empréstimo público no valor de 850 milhões de euros destinado à recapitalização do Novo Banco.
A notícia surgiu depois de António Costa ter garantido no mesmo dia no Parlamento, no debate quinzenal, que não haveria mais ajudas até que os resultados da auditoria que está a ser feita ao Novo Banco fossem conhecidos.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro explicou que não foi informado pelo ministério das Finanças do pagamento de 850 milhões de euros, tendo pedido desculpa ao Bloco de Esquerda pela informação errada transmitida durante o debate quinzenal.