A PSP anunciou esta segunda-feira que identificou um dos manifestantes, que durante um protesto no Porto contra o racismo, no sábado, ergueu um cartaz que incentivava à "violência contra polícias".
Através de um comunicado, a Polícia de Segurança Pública esclareceu que os manifestantes que tinham estes cartazes não foram identificados e detidos, durante o protesto, na Avenida dos Aliados, porque "essa intervenção poderia ser incorretamente interpretada e, consequentemente, potenciadora da ocorrência de indesejáveis desordens num evento que se pretendia pacífico".
A identificação do manifestante foi feita através da visualização das imagens que circulam nas redes sociais da investigação lançada pela PSP.
No comunicado, a polícia repudia ainda extremismos, discriminações e qualquer apelo ao uso da violência.
"A PSP repudia qualquer tipo de extremismo e discriminação, independentemente de terem por base questões rácicas, políticas, profissão religiosa, nacionalidade, de orientação sexual, desempenho profissional ou outras."
"A PSP repudia qualquer apelo à violência ou uso de violência, independentemente dos seus autores, por não serem admissíveis num Estado de direito."
Milhares de pessoas saíram no sábado às ruas de Lisboa, Porto e Coimbra contra o racismo e a violência policial. Os protestos foram replicados noutros países na sequência da morte de George Floyd.
Associação dos polícias apresenta queixa
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia-ASPP/PSP anunciou esta segunda-feira que vai apresentar queixa na Procuradoria-Geral da República contra aqueles que "exibiram cartazes onde incitavam ao ódio e à violência contra polícias".
O objetivo é identificar os manifestantes e responsabilizá-los das mensagens "que tem como objetivo único o incitamento ao ódio e à violência contra polícias".
Polícias esperam que sejam identificados todos os que exibiram cartazes de "incitação ao ódio"
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia está indignada com alguns cartazes erguidos nas manifestações antirracismo.
As redes sociais, sujeitas à manipulação e ampliação de fenómenos episódicos, multiplicou o visionamento destes cartazes.
Desconhecendo se foram atos isolados ou concertados, a ASPP opta por remeter o caso para a justiça, no pressuposto de que estas palavras promovem o ódio contra a polícia.
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