A nota com erros que o Governo enviou para o Conselho da União Europeia foi tida em conta na decisão de nomear José Guerra para a procuradoria europeia.
As informações surgem citadas num documento a que a SIC também teve acesso que replica uma das informações erradas e fala ainda do envolvimento de José Guerra no processo da UGT, o caso usado pelo Governo para elogiar as capacidades do procurador.
O documento com data de 7 de outubro de 2020 mostra que o Conselho teve em conta a polémica carta preparada pelos serviços do ministério da Justiça e que os lapsos e erros podem não ter sido irrelevantes para a nomeação do procurador europeu.
É referido que José Guerra dirigiu o maior Departamento nacional no âmbito da criminalidade económico-financeira, informação que tem sido questionada porque o magistrado esteve à frente do DIAP e não do DCIAP.
O documento faz ainda referência à participação de Guerra no julgamento do chamado processo da UGT, referindo-o como o mais complexo a envolver verbas europeias.
O Governo tinha dito erradamente que o magistrado teve também um papel de liderança na investigação do caso.
A fundamentação do Conselho não copia o erro, mas valoriza o episódio e junta-o às capacidades de investigação de José Guerra.