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"Não há portugueses quase a trabalhar nesta agricultura, ninguém quer ser escravo na sua terra"

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Imigrantes em condições precárias são uma realidade em todo o Alentejo.

Odemira saltou para a primeira página da atualidade devido à enorme quantidade de imigrantes que trabalham, em condições precárias, nas estufas do sudoeste alentejano.

Todavia, esta é uma realidade que atravessa todo o Alentejo, desde que a água de Alqueva atraiu novas culturas e investidores.

Em maio de 1954, a morte de Catarina Eufémia transformou Baleizão num símbolo de resistência contra a ditadura e a exploração dos trabalhadores rurais. 68 anos depois, os rostos e as origens mudaram, mas os direitos e a dignidade dos camponeses continuam a ser espezinhados.

Nas ruas de Baleizão, Alberto Matos aborda os imigrantes contratados para as safras da amêndoa, da azeitona e de outras culturas que estão a transformar a paisagem alentejana. Não falam para a reportagem da SIC, muito menos mostram as condições em que vivem.

Ebraim Badjie passou quatro anos de calvário até se fixar em Beja. Nascido na Gâmbia, atravessou o Mediterrâneo, permaneceu dois anos em Itália, rumou a Espanha, aos campos agrícolas da Andaluzia e, em março do ano passado, em plena pandemia, pisou, pela primeira vez, o Alentejo.

Com um razoável domínio do inglês e experiência na condução de tratores, acabou por arranjar trabalho, documentação e um teto que partilha com outros sete trabalhadores africanos. Foi contratado por um intermediário estrangeiro.

Ebraim é um dos cerca 20 mil trabalhadores estrangeiros que, por estes dias, sobrevivem nos campos agrícolas do Alentejo.

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