A empresa Douro Azul de Mário Ferreira está esta quarta-feira a ser alvo de buscas.
Ao que a SIC apurou, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal e a Autoridade Tributária estão no terreno por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Em causa estarão suspeitas sobre o negócio da compra e venda do navio Atlântida à empresa de Mário Ferreira.
"As diligências visam a recolha de prova relacionada com a alienação de um ferry a uma sociedade com sede em Malta", confirma o DCIAP, em comunicado.
As buscas estão a ser realizadas em oito locais, no Funchal, Porto e Malta, onde está um procurador português, e também em sociedades de advogados.
O DCIAP adianta ainda que, nas buscas, estão a participar dois magistrados judiciais, cinco magistrados do Ministério Público, 19 inspetores e peritos forenses da DSIFAE e 12 elementos da Unidade de Ação Fiscal da GNR.
Mário Ferreira fala em "ataque feroz" e denuncia "falsas acusações"
O empresário reagiu através de uma publicação na rede social Facebook, na qual deixa fortes críticas a Paulo Fernandes, patrão do grupo Cofina, do qual faz parte o jornal Correio da Manhã, igualmente visado por Mário Ferreira.
A união de Ana Gomes a enviar cartas com falsas acusações e o CM em parceria a aproveitar para fazer notícias, parece para eles um modelo virtuoso para vender jornais… Ao meu “amigo” Paulo irei sempre responder com obra feita e nunca lhe farei a ele aquilo que não gosto que me estejam a fazer a mim, são estilos, escreveu Mário Ferreira.
Negócio originou buscas em 2016
O negócio já tinha originado buscas em 2016 ao Ministério da Defesa e aos estaleiros de Viana do Castelo, onde o navio foi construído.
O ferry boat foi vendido à empresa de Mário Ferreira por quase 9 milhões de euros, em julho de 2014.
Depois, foi revendido à Noruega por 17 milhões de euros, quando custou ao Estado português cerca de 40 milhões.
Douro Azul está a colaborar com as autoridades
O representante jurídico da Douro Azul, Nuno Bizarro, confirmou que estão a decorrer buscas na sede da empresa.
Aos jornalistas, adiantou que a empresa está a colaborar com as autoridades e disse que “vai ser resposta a verdade”.
Nuno Bizarro não adiantou mais pormenores, mas garantiu que as buscas nada têm a ver com a notícia de terça-feira, que dava conta que a Pluris, de Mário Ferreira, vai ficar com a maior fatia dos apoios dos fundos de capitalização do Banco Português de Fomento para empresas afetadas pela pandemia.