Portugal registou em junho o maior excesso de mortalidade da União Europeia, com uma taxa de 23,9%, quase quatro vezes mais alta do que a média comunitária, que é de 6,2%. Este é o quinto mês consecutivo que a taxa sobe em Portugal.
A taxa de excesso de mortalidade indica o número de óbitos acima do esperado. O Governo português vai avançar com um estudo aprofundado das causas, que deverá ser feito pelo Instituto Ricardo Jorge e especialistas da Direção Geral da Saúde.
Esta quinta-feira, na SIC Notícias, o médico e investigador Vasco Ricoca Peixoto explicou como é apurado o excesso de mortalidade. Questionado sobre o peso das ondas de calor e frio e do envelhecimento da população, esclareceu que o excesso de mortalidade pelas temperaturas extremas "é fácil de compreender" e que a situação demográfica portuguesa "não é um fator importante", uma vez que "não se altera em dois ou três anos".
"Houve alguma alteração que a pandemia trouxe", disse o investigador de Saúde Pública, defendendo que as causas têm que ser apuradas. "Houve um excesso de mortalidade por doenças oncológicas? De que tipo? Enfartes agudos do miocárdio? Aumentaram mais quando a covid está em pico?", questionou.