A presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) demitiu-se, na sequência de dúvidas legais levantadas por ter acumulado subsídio de desemprego com atividades para a empresa da qual tinha sido despedida e era sócia. O Governo já tem entrevistas agendadas com candidatos ao cargo.
Adelaide Franco foi nomeada para a presidência do Instituto do Emprego e Formação Profissional em regime de substituição, em maio deste ano.
Dois meses depois, estava envolvida numa polémica quando o Jornal de negócios revelou que, entre março de 2020 e outubro de 2021, recebeu subsídio de desemprego, ao mesmo tempo que participava em conferências e seminários da Mindsetplus, uma empresa de que era fundadora e sócia maioritária e com a qual tinha cessado contrato em 2019.
Dois anos depois, seria novamente contratada pela mesma empresa, sete meses antes de ser nomeada para a presidência do IEFP.
Divulgado o caso, somaram-se críticas dos parceiros sociais e dos partidos e muitas dúvidas legais sobre a compatibilidade de acumular uma prestação social com atividades para a empresa que deu origem ao subsídio. Mesmo que pontuais e sem qualquer remuneração, como Adelaide Franco garantiu à SIC que acontecia.
Ainda em julho, a visada pediu um parecer sobre a situação ao Instituto da Segurança Social e mostrou-se disponível para devolver qualquer montante que possa ter recebido indevidamente. Mas até agora, nenhum parecer foi tornado público.
Esta sexta-feira, chega a notícia da demissão da Presidente do IEFP, mais uma vez avançada pelo Negócios e confirmada pela SIC junto do Ministério do Trabalho, que se limita a dizer que aceitou o pedido de demissão de Adelaide Franco, sem dar mais explicações. Adianta apenas que já estão agendadas entrevistas com os candidatos ao cargo indicados pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública.