O caso que empurrou a ministra da Saúde, Marta Temido, vai ser investigado pelo Ministério Público e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). As autoridades querem saber as circunstâncias que levaram à morte da grávida no Hospital de S. Francisco Xavier, ao ser transferida do Santa Maria, por falta de vaga para o bebé prematuro.
A equipa de obstetrícia de Santa Maria já respondeu a algumas perguntas que a IGAS coloca.
A saber, quem decidiu a transferência da grávida de 34 anos com uma gestação de 31 semanas que chegou às urgências, com sintomas de pré-eclampsia, mas sem qualquer informação clínica em Portugal.
A IGAS pergunta se haveria soluções alternativas ao transporte de ambulância feito entre Santa Maria e o S. Francisco Xavier.
Sem vagas na neonatologia para receber um bebé prematuro a equipa não encontrou outra opção.
Na ambulância, onde veio a sofrer a paragem cardiorrespiratória que seria fatal mais tarde nos cuidados intensivos seguiam um médico interno, uma enfermeira especialista e outra generalista.
A equipa não viu necessidade nem oportunidade de enviar um médico especialista no transporte.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros esteve há duas semanas no serviço de Neonatologia de Santa Maria. Diz Ana Rita Cavaco que há vagas encerradas por falta de enfermeiros.
O Hospital explicou à SIC que as unidades de Cuidados Intensivos e Intermédios têm no total 16 camas, todas ocupadas na altura.
Confirma a existência de três camas por funcionar por falta de enfermeiros que pertencem à Unidade Polivalente. Um serviço para bebés para bebés mais autónomos do que um prematuro de 31 semanas.
Nascida de cesariana com quase 800 gramas, a criança está bem de saúde.