Os progressos dos últimos 20 anos permitiram que 100 milhões de crianças em todo o mundo deixassem de estar expostas ao trabalho infantil. Mas a meta de erradicar o fenómeno ficou comprometida em 2020.
Os efeitos da pandemia refletiram-se sobretudo nos países mais pobres. À falta de rendimentos juntou-se o tempo passado na internet que revelou novas formas de exploração difíceis de controlar.
Rosário Farmhouse, da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos das Crianças, explica que o desemprego dos familiares, os baixos rendimentos e a morte de familiares fez com que crianças tivessem de ir trabalhar.
A esta situação soma-se as competências digitais que as crianças têm hoje em dia, aponta Rosário Farmhouse, que "não tendo supervisão podem entrar por caminhos sem terem a noção disso".
É neste ponto que entra a exploração sexual, que leva a Polícia Judiciária a estar cada vez mais atenta ao que se passa na internet.
No ano passado a PJ teve conhecimento de cerca de 2.400 vitimas de trabalho infantil em Portugal, uma grande parte relacionada com a criminalidade sexual online.