Começaram esta sexta-feira a ser ouvidos os suspeitos de uma alegada rede de tráfico humano no Alentejo. Os interrogatórios vão prolongar-se para este sábado, dia em que deverão ser conhecidas as medidas de coação.
Depois de terem sido identificados pelo juiz Carlos Alexandre, na quinta-feira, começaram a ser ouvidos os suspeitos de pertencerem a uma alegada rede de tráfico humano, na zona do Baixo Alentejo e que era liderada por um casal romeno.
Do total dos 35 detidos, apenas dez têm intenção de prestar declarações. A primeira a ser ouvida foi a solicitadora de Cuba do Alentejo, acusada de falsificação de documentos. Os interrogatórios vão prolongar-se pelo fim de semana e mais uma vez, a noite será passada na cadeia anexa à polícia Judiciária.
O atraso dos interrogatórios é explicado pela necessidade de um tradutor.
Entre as dezenas de detidos estão também um pai e um filho suspeitos de pertencerem a esta rede. O advogado de ambos explica que os dois homens “estão indiciados de alguma forma colaborarem na compra de carros.”
"O que terá de ser esclarecido é se é um negócio normal ou se houve alguma coisa além disso", acrescenta Aníbal Pinto, advogado dos dois detidos.
O Ministério Público acredita que desde o início do ano os suspeitos alojaram e entregaram para exploração laboral imigrantes vindos da Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal, Timor e Paquistão que eram alvo de ameaças físicas e psicológicas.
As medidas de coação deverão ser conhecidas este sábado.