Em Tomar comemora-se de forma singular o Dia da Independência. Foi na antiga vila, sede da Ordem de Cristo, que a 16 de Abril de 1581 se reuniram as cortes que aclamaram Filipe II – o Filipe I de Portugal.
“De Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos.” Esta é uma expressão que pode lustrar o descontentamento causado pelas pretensões de Filipe II, o primeiro rei da dinastia filipina em Portugal.
O trágico desfecho da batalha de Alcácer-Quibir e o desaparecimento do Rei D. Sebastião deram origem a uma crise dinástica que terminou com a subida ao trono do Rei Castelhano. Foi no Convento de Cristo, em Tomar, que a 16 de Abril de 1581, o clero, a nobreza e o povo se reuniram para aclamar aquela que viria a ser uma união ibérica que durou quase 60 anos.
“Este reino é meu, conquistei-o, herdei-o e comprei-o”, terá dito o monarca. Mas nunca ele ou os seus herdeiros obtiveram o apoio dos muitos que ansiavam pela restauração da Independência.
Ao fim de 60 anos sob alçada estrangeira, Portugal restaurou a independência. Uma data que hoje se comemoram fruto da bravura de 40 conjurados e dos militares que nos, anos seguintes, defenderam as fronteiras.
Do tempo dos Filipes, ficam várias marcas. Em Tomar merecem destaque o Aqueduto dos Pegões, o Padrão da Várzea Grande ou a sacristia Filipina do Convento que, anualmente, é visitada por mais de 300.000 visitantes.
Ainda hoje, a proclamação da independência de Portugal é festejada em Tomar pela Banda Filarmónica Nabantina que, a 1 de Dezembro, sai pelas ruas da cidade. Mudam-se os tempos e algumas vontades mas a arruada do 1 de Dezembro continua a existir.
Pelas ruas da cidade que viu Portugal perder a Independência, ecoam as notas do hino da Independência, numa tradição que soma já 148 anos.