Cerca de 40 professores concentraram-se esta manhã junto à Escola Básica e Secundária de Ourém, onde se deslocou o Presidente da República. À chegada, Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas e mostrou-se solidário com o protesto dos docentes, que cumprem esta segunda-feira o segundo dia de uma greve por tempo indeterminado.
“Os professores são do mais importante que nós temos, conjuntamente com o pessoal de saúde, dentro da função pública”, começou por dizer.
"Queixam-se, muitas vezes com razão, das suas condições, e naturalmente que essa é uma preocupação que eu como professor acompanho, desde sempre", sublinhou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa que faz esta segunda-feira 74 anos deslocou-se à Escola Básica e Secundária de Ourém para dar um aula. Antes disso, o Presidente da República recebeu os parabéns e também livros dos professores em protesto.
Os docentes, com um laço preto ao peito com a inscrição “Estou em protesto”, exibiram faixas onde se podiam ler frases como "Dignificar a profissão docente" e "Professores a lutar também estão a ensinar".
À Lusa, o professor João Filipe Oliveira explicou que o que move os docentes é o desejo de "tratamento profissional justo, dignificação da profissão e garantias de qualidade do ensino".
"Há muitos assuntos que têm sido sistematicamente recusados pela tutela e que são de uma emergência, como a recuperação do tempo de serviço, a avaliação sem quotas ou a entrada dos professores contratados", declarou.
Outra professora lamentou o "desrespeito pela escola pública com tudo o que isso acarreta, como professores desmotivados".
O Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.) convocou uma greve por tempo indeterminado, desde 9 de dezembro, em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos.