A afluência às urgências pediátricas disparou nas últimas semanas e tem provocado o caos em vários serviços. Muitos não conseguem responder por falta de médicos e chegam mesmo a encerrar. Um dos hospitais mais procurados é o São João, no Porto, que ainda assim não só mantém a capacidade de resposta como, em novembro, bateu o recorde de atendimentos.
Por volta das 11:15 desta segunda-feira estavam 19 crianças à espera de serem vistas por um médico. Apenas um tinha pulseira amarela.
A triagem das urgências pediátricas do Porto é assegurada por dois enfermeiros. A manhã está calma e os tempos de espera estão dentro do recomendado.
Os casos não urgentes estão entre as principais causas de pressão nas urgências. A 7 de novembro foram atendidas 400 crianças em 24 horas, o valor mais alto da última década neste serviço. A metade dos casos foi atribuída pulseira verde ou azul, mas a espera chegou a ser superior a 4 horas.
Cerca de 70% dos utentes que chegam ao hospital não têm qualquer referenciação, ou seja, não foram observados no centro de saúde.
Com a pandemia, as doenças respiratórias tornaram-se um desafio maior. O número de casos aumentou e os pais estão mais alarmados.
Desde 2008 que a urgência pediátrica da área metropolitana do Porto está concentrada no São João. Esta foi a solução apresentada para a falta de médicos. Os profissionais de três hospitais rodam pela escala. Nesta altura do ano, em cada turno, estão cinco pediatras.