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Deputado do PSD aplaudido de pé pela bancada do PS

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Críticas de André Coelho Lima ao Chega, num debate sobre as forças de segurança, resultaram num aplauso geral no Parlamento.

O PSD acusou o Chega de querer "fazer política partidária com os polícias", considerando que os agentes das forças de segurança são os heróis de todo o país e não apenas do partido de André Ventura.

No final do debate que decorreu, esta quinta-feira, no Parlamento, marcado pelo Chega, sobre "as forças de segurança e as suas carreiras, o racismo e a perseguição por parte do poder político em Portugal", a intervenção do deputado do PSD André Coelho Lima terminou com um aplauso geral, à exceção do Chega, tendo deputados do PS, juntamente com a bancada do PSD, se levantado para bater palmas.

Coelho Lima citou André Ventura quando este disse que a "afetação dos agentes policiais aos ideais do partido Chega levou-os a ser perseguidos", considerando o social-democrata que não se está a falar de ideais, mas sim de crimes, numa referência à investigação do consórcio de jornalistas sobre alegadas mensagens de teor racista e incitamento ao ódio por elementos da PSP e GNR nas redes sociais.

"Vocês querem fazer política partidária com os polícias", condenou o deputado do PSD, que antes tinha acusado a bancada do Chega de tentar transformar o plenário "numa taberna" devido aos seus apartes ruidosos que "perturbam quem está aqui a falar".

Concordando com o Chega "quando disse que os agentes das forças e serviços de segurança" são heróis, Coelho Lima contrapôs que "não são os heróis apenas do Chega".

"São os heróis da IL, são os heróis do PSD, são os heróis do PS, do Livre, do PAN, do PCP e do BE. São os heróis do país. Não nos dividamos, temos é que os ajudar", enfatizou.

No final da primeira intervenção deste debate, o líder do Chega apelou a que a "lei e a Constituição" reconheçam os agentes das forças de segurança "como aquilo que são, os verdadeiros heróis deste país".

"São os heróis que nós, no Chega, nos orgulhamos muito de ter e de representar, diga a comunicação social e o PS o que quiser. São os nossos heróis, lutaremos por eles e continuaremos a lutar por eles até ao fim", acrescentou.

Coube a Ventura a primeira resposta ao PSD: "No dia em que o BE, PCP e o Livre me baterem palmas a falar da polícia, eu arrumava a minha camisa e ia-me embora e desaparecia".

No final do debate, na votação das várias iniciativas, apenas os dois projetos de resolução da IL foram aprovados, enquanto os cinco projetos de lei do Chega foram rejeitados, tendo o partido ficado isolado no voto a favor da maioria das iniciativas.

Os liberais recomendam ao Governo que "promova uma reforma das forças e serviços de segurança que melhore a alocação dos recursos disponíveis, permita mais patrulhamento e policiamento de proximidade e garanta a sustentabilidade futura das forças de segurança, nomeadamente, reduzindo, de forma equilibrada e fundamentada, o número de esquadras, salvaguardando as devidas exceções em função da elevada perigosidade em determinados territórios, bem como alocando os agentes às funções de segurança".

Os liberais viram também aprovado outro projeto de resolução que pede ao Executivo que fosse incluído no Relatório Anual de Segurança Interna "dados sobre agressões a elementos das forças de segurança durante o desempenho das suas funções", entre outras informações.

O Chega queria "criminalizar o incitamento ao ódio contra membros dos órgãos de polícia criminal e órgãos judiciais" e que a "ameaça grave ou ofensa à integridade física contra funcionário ou membro das Forças Armadas, militarizadas ou de segurança" fosse julgado em processo sumário.

Através de outro projeto de lei, o Chega propunha alterar a Lei Orgânica dos Partidos Políticos para retirar a referência a que os agentes dos serviços ou forças de segurança em serviço efetivo não podem estar inscritos ou filiados em partidos políticos.

O Chega viu também rejeitadas a iniciativa que propunha aumentar para 450 euros a componente fixa do subsídio de risco da GNR e PSP e outra sobre a utilização de “bodycams” pelas polícias.

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