Ainda não foram encontrados os três pescadores do naufrágio ao largo da praia de Pedrógão, em Leiria. Este sábado, houve uma grande operação da Marinha, Polícia Marítima e Força Aérea. Os meios terrestres e o helicóptero que participaram nas buscas suspenderam os trabalhos ao fim da tarde.
"Até ao pôr-do-sol, não houve mais nenhum desenvolvimento", disse Mário Lopes Figueiredo à agência Lusa, indicando que "o esforço de buscas foi interrompido" pelos meios terrestres e um helicóptero 'Koala' da Força Aérea Portuguesa.
No mar, contudo, vai continuar durante a noite a corveta da Marinha NRP João Roby, devendo a totalidade dos meios recomeçar a atividade no domingo ao nascer do dia, referiu.
"Vamos retomar as buscas com o mesmo dispositivo logo que tenhamos luz", disse o capitão do porto da Nazaré, no distrito de Leiria.
Encontrados mais destroços do barco
A norte da praia do Pedrógão, apareceram durante a manhã "vários aprestos marítimos da embarcação", nomeadamente redes, cabos, algumas peças de iluminação e tábuas, segundo Mário Lopes Figueiredo.
O alerta para o desaparecimento da embarcação "Letícia Clara", propriedade de um armador de Vila do Conde, foi dado ao comando local da Polícia Marítima da Nazaré, na sexta-feira, cerca das 14:15.
O único sobrevivente do naufrágio é o mestre do barco, que conseguiu chegar a nado à praia do Pedrógão, concelho de Leiria, cerca das 18:20 de sexta-feira.
Além do mestre, estavam no "Letícia Clara" mais três tripulantes, dois homens de nacionalidade indonésia e um marroquino, que continuam desaparecidos.
"Já só estava a boia"
O mestre de 42 anos vai ao mar desde os 14. É filho e neto de pescadores de Caxinas, em Vila do Conde. Terá passado oito horas agarrado a uma boia até ser levado para o Hospital de Leiria em hipotermia.
Ainda relatou a última vez que avistou um dos três pescadores desaparecidos.
"O outro tripulante - marroquino - passado cerca de 20 minutos, já só estava a boia e o homem já não estava".
O “Letícia Clara” tem mais de 20 anos, mas segundo o armador tinha balsa salva vidas. Foi vistoriado há três meses em Vila do Conde, sujeito a reparações anuais de rotina e tinha meios ativos de salv