Na habitual mensagem de Natal, o primeiro-ministro, António Costa, pede aos portugueses que tenham confiança para enfrentarem os desafios do futuro. António Costa reconhece que a inflação e as taxas de juros atingiram valores que não se viam há décadas, mas diz que o caminho feito deixa o país "ao abrigo das turbulências do passado".
Paz, solidariedade e confiança. É à volta destas três palavras que António Costa organiza a mensagem de Natal de quatro minutos e meio. Mas é, sobretudo, a guerra - o avesso da paz - que se afirma fio condutor nas palavras do primeiro-ministro. Diz que Portugal está do lado da Ucrânia “pela paz” e em defesa do direito internacional.
“Deixo uma palavra de carinho especial à comunidade ucraniana que vive em Portugal, aos que há vários anos contribuem para o nosso desenvolvimento e aos que vieram nos últimos meses à procura de segurança”, afirma.
Perante um cenário de guerra na Europa, de acordo com António Costa, a "solidariedade é, mais do que nunca", o valor que deve guiar os cidadãos.
Ter confiança apesar das “turbulências do passado”
Os mais de 300 dias de guerra estão a ter reflexos negativos no tecido social e económico do país:
"Este ano, a inflação atingiu níveis que não vivíamos há três décadas. As taxas de juro subiram para valores que os mais novos não conheciam e a fatura da energia cresceu tanto para as famílias como para as empresas".
O líder do Executivo reconhece, explicitamente, que a inflação não é, afinal, um problema passageiro. Deixou marcas que o líder do executivo quer que o país enfrente com confiança.
"A trajetória sustentada de redução do défice e da dívida coloca-nos ao abrigo das turbulências do passado".
No entanto, diz que há razões para os portugueses terem confiança.
"Confiança é o que o nosso país nos garante hoje, quando tanta incerteza nos rodeia no cenário internacional. Confiança no futuro, pelo que estamos a fazer no presente", defendeu.
Segundo o primeiro-ministro, a solidariedade com que os portugueses têm conseguido, "em conjunto, e lado a lado, enfrentar os desafios que os tempos exigentes colocam", dá "confiança na mobilização de todos em torno dos desafios estratégicos: reduzir as desigualdades, acudir à emergência climática, assegurar a transição digital e vencer o desafio demográfico".
Esta foi a oitava mensagem de Natal desde que exerce as funções de primeiro-ministro.
No ano passado, a pandemia de covid-19 marcou o discurso de António Costa.