Desde que António Costa conquistou a liderança política do país em 2015, muitos foram os grupos de trabalho, comissões e task forces que passaram pelo Governo.
A surpresa é o facto de não se conseguir perceber quantas existiram, se os objetivos foram cumpridos e quanto dinheiro dos contribuintes foi gasto. Em junho do ano passado, o Iniciativa Liberal pediu explicações e o Governo respondeu agora, seis meses depois. Rodrigo Saraiva diz que se trata de uma "não resposta".
"Há 206 entidades destas em atividade. Portanto, ficamos sem saber, nestes sete anos, quantas foram criadas. Depois não reponde à pergunta sobre quais as conclusões ou os relatórios destes grupos de trabalho, destas task forces, destas comissões de acompanhamento porque só assim saberemos se se justifica a existência deste tipo de equipas", explicou.
Os dados disponibilizados pelo gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares são referentes apenas às entidades ativas e só vão até ao fim de agosto do ano passado. Nessa altura, 206 estavam a funcionar e, destas, esclarece o Governo, apenas 19 tiveram custos, que anualmente rondam os 18 milhões de euros.
Rodrigo Saraiva afirma que "parece-nos ser muito porque entre as 206, que também terão os seus custos de funcionamento como habitual, ou as outras dezenas ou centenas que já acabaram o seu mandato e que o Governo não respondeu, ficamos sem saber qual o custo associado a isto tudo. Ficamos sem saber para que serve esse dinheiro. Portanto, essas dúvidas não estão esclarecidas e as preocupações que tínhamos ficaram ainda maiores."
O deputado aponta uma fuga ao escrutínio, mas diz que já é um clássico do Partido Socialista.