Helena Lopes da Costa, acusada de abuso de poder no processo da Santa Casa da Misericórdia, aponta responsabilidade à antiga assessora nas contratações por ajuste direto que estão sob suspeita.
Apesar de ter assinado os contratos suspeitos, Helena Lopes da Costa, vogal da mesa da Santa Casa da Misericórdia com o pelouro da Saúde até 2016, diz que a responsabilidade é de Cláudia Manso Preto, a sua antiga assessora na Santa Casa da Misericórdia.
As duas estão acusados pelo Ministério Público de terem feito parte de um esquema que lesou a instituição em mais de um milhão de euros.
No pedido de abertura de instrução, a que a SIC teve acesso, Helena Lopes da Costa, que foi também vereadora do PSD na Câmara de Lisboa, quando Santana Lopes era presidente, acusa o Ministério Público de acusar sem provas e aponta o foco em Cláudia Manso Preto.
"Era a arguida Cláudia Manso Preto quem, por sua exclusiva iniciativa, procedia à indicação de empresas através de post it ou de textos manuscritos."
No requerimento de 220 páginas, mais 40 do que a acusação, a defesa de Helena Lopes da Costa afasta-a até do controlo do seu computador, ao dizer que "nunca teve grandes competências a nível informático. E era Cláudia Manso Preto, na qualidade de sua assessora, bem como a secretária
quem manuseava o computador, em concreto, que analisavam os emails".
Helena Lopes da Costa vai ainda buscar a relação amorosa, entre Cláudia Manso Preto e Davide Amado, atual presidente da Junta de Freguesia de Alcântara e também arguido no processo.
O Ministério Público acredita que era ele quem fazia a ligação entre Helena Lopes da Costa e Cláudia Manso Preto e as empresas beneficiadas com os ajustes diretos.