A advogada de um cidadão marroquino, detido no Algarve no âmbito de um processo de droga, diz não haver condições no estabelecimento prisional de Faro para manter o cliente. O homem precisa de morfina e cuidados especiais devido às lesões causadas pelo abalroamento de uma lancha da GNR, na altura da detenção. Passou mais de cinco meses internado e foi transferido para a cadeia na véspera da Sexta-Feira Santa, o que terá tido implicações na assistência medica.
Depois de muitas cirurgias e vários meses internado, Mohamed Kanjaa deixou o hospital e seguiu para prisão preventiva na passada quinta-feira. É suposto receber um analgésico equivalente à morfina a cada três dias, mas, com o feriado e a Páscoa, a advogada diz que, na segunda-feira à tarde, continuava sem receber a medicação
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais diz que Mohamed Kanjaa teve consulta na segunda-feira à tarde e que já na quinta-feira, quando deu entrada na prisão, tinha tido consulta psiquiátrica devido a queixas de dificuldade em dormir. Durante o fim de semana terá sido acompanhado por enfermagem.
A advogada entende as limitações do estabelecimento prisional, mas insiste que é preciso atender ao sofrimento do cliente. O marroquino, de cerca de 30 anos, sofreu ferimentos graves quando a lancha com droga em que seguia foi abalroada pela GNR no Rio Guadiana. A defesa do cidadão marroquino sublinha que as dores do cliente são excruciantes.
Mohamed Kanjaa aguarda ainda acusação. A defesa contesta a medida de prisão preventiva, por considerar que não há risco de fuga ou continuação da atividade criminosa. Sugere à justiça a aplicação de pulseira eletrónica, com a possibilidade do detido ficar em casa de membros da comunidade muçulmana ou numa unidade de cuidados continuados