O Governo abriu na Guarda um centro, dotado com 10 milhões de euros, para formar profissionais das instituições do setor social. O diretor-geral, escolhido pela ministra Ana Mendes Godinho, é um antigo dirigente socialista, dono de uma empresa de formação da cidade.
Está em causa um aparente conflito de interesses. Isto porque Nuno Silva, ex-vereador do PS, ex-dirigente da concelhia socialista de Almeida e ainda fundador de uma empresa de formação profissional, assumiu o lugar de diretor-geral do Centro para a Economia e Inovação Social.
Para exercer funções neste centro, assinou um contrato individual de trabalho e tratou de fazer alterações societárias na empresa de que era sócio. Deixou a sociedade e a gerência. Só que, no mesmo dia, a mulher, Ariana Silva, assumiu essas funções.
Quer dizer que, pese embora a mudança formal, a empresa de formação continua no domínio da família do diretor-geral do novo centro formativo tutelado pelo Estado.
A segunda surpresa
Na festa de inauguração ficou a saber-se que o Centro para a Economia e Inovação Social tem um conselho de administração de oito entidades, presidido pelo
Instituto de Emprego e Formação Profissional, mas também aqui houve surpresas.
É que o presidente indigitado não tem qualquer ligação ao IEFP. Pedro Pinto é engenheiro no Instituto Politécnico da Guarda e administrador de uma empresa de informática.
A SIC contactou Nuno Silva e Pedro Pinto, que não obtiveram autorização do IEFP para, em tempo útil, prestarem esclarecimentos. Questionado igualmente, o Ministério do Trabalho e Segurança Social ficou em silêncio.