Jovem que removeu jornalista do Expresso à força de evento na Universidade Católica é militante da Iniciativa Liberal, segundo apurou o Jornal Público.
Um dos dois jovens que removeu, forçadamente, um jornalista do Expresso do evento “Conversas Parlamentares” na Universidade Católica é militante da Iniciativa Liberal.
Após ter sido contactado pelo Jornal Público, o jovem apagou todas as suas redes sociais, incluindo LinkedIn e X (antigo Twitter).
Em declarações ao Público, fonte oficial da IL disse desconhecer “o que se passou além do noticiado” e “lamenta e condena qualquer tipo de violência”, afirmando que o partido será “sempre defensor da liberdade de imprensa”.
O jovem frequenta o mestrado Forense da Faculdade de Direito da Católica e faz parte do grupo Jovens Liberais.
O acontecimento
A alegada agressão terá ocorrido num evento organizado pela Associação Académica do Instituto de Estudos Políticos e pela Associação Académica de Direito, da Universidade Católica Portuguesa, intitulado "Conversas Parlamentares", no qual participou o presidente do Chega, no âmbito de um ciclo de palestras para o qual foram convidados vários líderes partidários.
A convocatória feita pelo Chega para o evento, na véspera (segunda-feira dia 15), limitava apenas a entrada no auditório aos repórteres de imagem ("câmaras"), sem contudo fazer referências à presença de outros jornalistas.
À Lusa, João Dias, presidente da Associação Académica do Instituto de Estudos Políticos, um dos responsáveis pelo evento, afirmou na terça-feira que a palestra era "fechada à comunicação social".
Segundo notícia divulgada pelo Expresso, o jornalista alega que a sua entrada na sala onde estava André Ventura "foi autorizada por duas jovens junto à porta principal do auditório".
De acordo com o relato publicado pelo semanário, após ter sido abordado algumas vezes pela organização do evento para sair do auditório, "dois dos jovens prenderam os seus movimentos, agarrando-o pelos pés e pelos braços, forçando a sua saída do evento - deixando todo o equipamento de trabalho na sala, incluindo o computador profissional", que foi devolvido "após intervenção de um dos assessores de André Ventura".
Segundo o semanário, o jornalista terá também sido abordado "de forma agressiva" pelo segurança pessoal de André Ventura.
As reações
Numa nota divulgada ao início da manhã desta quarta-feira, a UCP repudiou “qualquer tentativa de limitação do direito à informação e intimidação de jornalistas”.
De seguida lamentou “profundamente” a situação que ocorreu durante o terceiro debate do ciclo de conversas com líderes partidários, promovido pelas associações de estudantes, e que, na terça-feira, teve como convidado o líder do Chega, André Ventura.
O jornalista já apresentou queixa na Polícia de Segurança Pública (PSP).