Tiago Correia, professor de Saúde Pública e comentador SIC, considera que se avizinha um processo longo na sequência das reuniões que têm havido com as unidades hospitalares, comissão de acompanhamento da situação nas urgências de obstetrícia e sindicatos.
“As pessoas têm que se mentalizar de que dada a amplitude e a complexidade dos problemas, que estão na base daquilo que se assistiu nas últimas semanas, que o problema é longo, sério, estrutural e vai precisar de tempo.”
O comentador da SIC afirma que o problema é “anterior à pandemia” e o “não fazer nada ao longo do tempo (…) obviamente que faz agravar o problema”.
São necessárias soluções de curto prazo, diz Tiago Correia, que entende que foram comunicadas pelo Governo “relativamente bem”, mas depois destas existem as “decisões de médio e longo prazo”.
Tiago Correia aponta que existem problemas de “gestão dos hospitais e centros de saúde” e de “articulação e de configuração do sistema de saúde português”: “Esta discussão vai ser dura e muito difícil”.
Em relação à situação da ministra da Saúde, Tiago Correia considera que está “desgastada”, mas “não ameaçada”.
“Marta Temido está num momento diferente e que está num fogo cruzado daqueles que também eram seus aliados no passado.”
No imediato, defende o professor de Saúde Pública, a ministra terá de “mostrar uma grande capacidade de unir o setor”. Trata-se de um “momento frágil” e “não é claro que o consiga”.
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