O relatório de Monitorização das Linhas Vermelhas, divulgado esta sexta-feira, refere que a atividade pandémica se mantém com uma “intensidade muito elevada” e com “tendência crescente” em todas as regiões. Também a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade “são elevados”.
“A mortalidade específica por covid-19 (52,2 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes) apresenta uma tendência crescente. Este valor corresponde a uma classificação do impacto da pandemia como muito elevado”, pode ler-se no documento partilhado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto Ricardo Jorge (INSA). Na última atualização, recorde-se, a mortalidade correspondia a 37,6 óbitos por um milhão de habitantes.
Em sentido contrário, o número de casos positivos internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente “revelou uma tendência estável, correspondendo a 58% (na semana anterior foi de 60%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.
Segundo o relatório, tanto o número de novos casos acumulado (6.496) nos últimos 14 dias, como o índice de transmissibilidade (Rt) subiram esta semana – na qual se registaram máximos de infeções diárias desde o início da pandemia no país.
“O Rt apresenta valor igual ou superior a 1, indicando uma tendência crescente da incidência (…) a nível nacional (1,16) e em todas as regiões”, destacando-se a região Centro que registou o valor mais elevado – 1,27. Na semana passada, era a região Norte e o Algarve as que mais preocupavam.
Quanto a variantes, pouco há a assinalar. A variante Ómicron (BA.1) continua a ser “dominante (93%) em Portugal”, mas desde a primeira semana de janeiro que se verifica “um decréscimo da proporção de amostras positivas (…) possivelmente relacionado com a entrada em circulação da linhagem BA.2 (também classificada como Ómicron pela OMS)”. Ainda assim, esclarece a DGS e INSA, “a linhagem BA.2 não tem revelado um aumento acentuado e consistente nas últimas duas semanas“.
Face ao cenário atual, as autoridades de saúde reforçam a necessidade de “manutenção das medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço“, reiterando que “as pessoas com um esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a cinco vezes menor do que as pessoas não vacinadas” e “um risco de morte três a seis vezes menor do que as pessoas não vacinadas”.
Já a população com 80 e mais anos, uma das faixas etárias de risco, “a dose de reforço reduziu o risco de morte (…) para quase seis vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo”.
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