A falta de médicos continua a afetar o acesso aos cuidados de saúde primários na zona sul do país. Cerca de um milhão de utentes nas regiões de Lisboa e do Algarve não têm médico de família atribuído. Numa unidade em Setúbal, por exemplo, a espera de meses por uma consulta é motivo de grande preocupação.
Madrugar será o menor dos males. Quem não tem médico de família nesta unidade de Setúbal espera para poder esperar por uma consulta.
A demora resulta de uma aritmética simples. A unidade de cuidados de saúde personalizados da Praça da República tem apenas dois médicos para quase 12 mil utentes.
Chamar médicos de outros centros de saúde ou contratar tarefeiros tem sido prática da Administração Regional de Saúde de Lisboa, mas também da do Algarve, as duas regiões onde cresce o número de utentes e faltam especialistas em Medicina Geral e Familiar.
Silves, por exemplo, tem nove vagas por preencher e 16 mil sem médico de família.
É o Norte a região que concentra maior número de médicos de família que fazem falta a sul. Ao Algarve chegaram este ano apenas seis.
Entre novas contratações e saídas, o Serviço Nacional de Saúde até somou 1200 efetivos nos últimos dois anos, mas a manta continua curta.
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