Foram libertados os dois suspeitos de liderarem uma rede de tráfico de ouro e diamantes transportados da República Centro Africana (RCA) para Portugal através de aviões militares. Os suspeitos estavam em prisão preventiva desde novembro.
Paulo Nazaré e Wilker Rodrigues saíram, esta sexta-feira, do Estabelecimento Prisional de Lisboa em liberdade. Estavam em prisão preventiva desde novembro, por decisão do Juiz Carlos Alexandre. No total, 11 pessoas foram detidas, duas delas ficaram com a medida de coação de prisão preventiva.
No entanto, a juíza de instrução Ana Marisa Arnedo decidiu reverter a medida de coação. Assim, os dois vão aguardar o desenrolar do processo em liberdade, ficando obrigados a apresentarem-se três vezes por semana numa esquadra, com os passaportes retidos e impedidos de contactarem os outros arguidos no processo.
No total são 66 os arguidos, uma das razões pelas quais o processo foi declarado de especial complexidade no início de abril. A investigação ainda não está fechada.
O Ministério Público acredita que Paulo Nazaré era o líder da rede criminosa e mediador das operações ilegais, que envolviam tráfico de diamantes, de ouro, de droga e de mercúrio, bem como o branqueamento de capitais.
A operação terá começado entre outubro de 2017 e março de 2018, período em que Paulo Nazaré cumpriu missão na República Centro Africana. A investigação incide também sobre militares do Exército ainda no ativo. São suspeitos de serem cúmplices de Paulo Nazaré, elementos da GNR, da PSP e ainda dois advogados.