Mauro Paulino, psicólogo clínico e forense, considera que “falhou tudo” no caso de Jéssica, a menina de três anos que morreu, esta semana, em Setúbal, na sequência de alegados maus-tratos.
“Falhou todo o processo, desde a comunidade, à CPCJ, à saúde e à justiça”, afirma, criticando as várias omissões.
No Primeiro Jornal da SIC, defende que tem que haver “humildade e capacidade” de olhar para o caso e estudá-lo para que não se repita com outros crianças.
O especialista questiona ainda se Jéssica foi, por exemplo, à consulta dos 12 meses, dos 15 e dos 18 e o que foi apurado. “Isto é fundamental para definir fatores de risco”, diz.
“Esta criança tinha de ser monitorizada”, refere, em entrevista na SIC.
Três pessoas foram detidas por fortes indícios da prática dos crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física grave, rapto e extorsão no caso da menina de três anos que morreu em Setúbal.
Os suspeitos são conhecidos da mãe de Jéssica, uma mulher, o marido e a filha de 27 anos. Em causa estará uma dívida por um suposto serviço.
A menina de três anos apresentava vários hematomas no corpo e tinha pedaços de cabelo arrancados.
A criança de três anos estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) desde o primeiro mês de vida.
Saiba mais:
- Morte de Jéssica: pais podem vir a ser acusados por violação dos direitos parentais
- CPCJ não conseguiu acordo de proteção para Jéssica, processo seguiu para o Ministério Público em 2020
- Jéssica sofreu maus-tratos na casa de conhecida da mãe: vizinhos surpreendidos com caso
- O que falhou no caso da criança que morreu em Setúbal? As explicações dos especialistas
- Morte de criança de três anos em Setúbal: padrasto confirma dívida da companheira
- Morte de criança em Setúbal: “É importante que a sociedade não se coíba de reportar as situações”
- Jéssica estava sinalizada pela CPCJ mas autoridades só podiam agir com mais informação