A Polícia Judiciária deteve esta quinta-feira, em Lisboa, um estudante de 18 anos por suspeitas de planear um atentado à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que iria levar a cabo esta sexta-feira. Em comunicado, a PJ informou que foi também apreendido um plano escrito com detalhes do ataque.
O que é que pode levar um jovem a planear uma ação desta natureza? O psicólogo forense Mauro Paulino tenta encontrar possíveis respostas a esta pergunta, mas deixa um alerta: “só quando nos debruçarmos sobre a personalidade deste jovem é que conseguiremos dar mais informação”.
“Estudos com indivíduos que planearam ataques em massa, vão na linha de adolescentes com um registo de personalidade mais agressivo, com alguns traços de narcisismos, em que consideram alguma superioridade para conseguir concretizar e planear um plano com uma dimensão que lhes permita cometer os homicídios em massa por uma motivação essencialmente de raiva ou de ódio”, explica o psicólogo, em entrevista na Edição da Manhã.
Mauro Paulino diz que na maioria das vezes são atos deliberados e que motivações ideológicas podem estar na origem deste plano.
Em situações semelhantes, por norma são infratores solitários ou “lobos solitários”, “indivíduos que se mobilizam muito naquilo que são as suas vulnerabilidades sociais e pessoas, mais isolados, que muitas vezes se radicalizam no online, nos conteúdos que são disponíveis”, considera.
Na opinião de Mauro Paulino, é possível que já este jovem tivesse dado sinais de que algo não estava bem, tal como aconteceu no massacre numa escola em Colombine, nos Estados Unidos, no qual morreram 12 alunos e um professore. “Há sinais de alerta que podem servir como bandeiras vermelhas”, defende.