O porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul revelou, numa entrevista a uma estação de televisão sul-africana, que João Rendeiro foi classificado como um prisioneiro de alto risco e estava a ser monitorizado.
“Infelizmente não posso falar muito sobre esses aspetos, exceto para dizer que ele foi classificado como alguém de alto risco, portanto significa que ele estava a ser monitorizado e que os guardas faziam questão de verificar o seu bem-estar“, afirmou o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul.
Na entrevista, Singabakho Nxumalo confirmou que o ex-presidente do banco BPP foi encontrado enforcado, mas remeteu mais detalhes sobre as circunstâncias para uma investigação “mais aprofundada”.
“As autoridades do seu país [Portugal] e a família merecem saber quais foram as circunstâncias desta morte. Para isso lançámos uma investigação para esse efeito“, apontou.
O porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul destacou também o facto de João Rendeiro ser uma figura que despertava muito interesse mediático e deu conta de várias tentativas para chegar ao contacto com o ex-banqueiro.
“Ele era muito importante no seu país. Houve coisas que vimos, pessoas a tentar fazer o que nunca tínhamos visto na África do Sul. Tivemos pessoas que fingiam ser amigos ou familiares para ter acesso a ele. Penso que conseguimos lidar bem com isso”, ressalvou.
Questionado sobre o impacto que esta morte teve no sistema prisional sul-africano, Singabakho Nxumalo assegurou que as autoridades prisionais “lutam todos os dias para impedir que haja mortes nas prisões”.
“É algo que nos perturba. Os números de mortes nas prisões têm vindo a cair, mas isso não nos conforta”, atestou.
Entretanto, esta manhã, Singabakho Nxumalo excluiu o envolvimento de terceiros na morte de João Rendeiro, uma vez que o ex-banqueiro se encontrava numa cela individual.
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