A cabeça de lista pelo Partido Socialista a Coimbra, Marta Temido, admitiu que o programa do Governo para a saúde teve de ser adiado para responder às necessidades da pandemia. Para a próxima legislatura, prometeu melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde, com a criação de novas carreiras, a dedicação plena e o trabalho por objetivos.
“Temos de que ter medidas específicas para a motivação dos profissionais.(…) O desafio é formar mais e oferecer condições de trabalho competitivas”, disse.
Por sua vez, o deputado social-democrata entende que os “profissionais de saúde têm que ser integrados no processo de decisão”, tendo como prioridade melhorar os tempos de espera e oferecer um médico assistente a todos os portugueses.
“Portugal deve ser o único país do mundo em que a ministra da Saúde não reuniu com ordens e sindicatos” durante a pandemia, atirou Baptista Leite.
A ministra disse que, na atual legislatura, as reuniões foram lideradas pelo secretário de Estado. Marta Temido considerou ainda “intolerável” a tentativa de “encenar” as relações da ministra com os profissionais de saúde.
Para além da relação com os representantes dos profissionais, o PSD criticou a dedicação exclusiva dos profissionais, argumentando que só se aplica aos diretores.
O PSD pretende mudar o modelo atual do SNS e reforçar os salários dos profissionais. “O que existe hoje é um sistema para ricos e quem tem dinheiro vai e um sistema para pobres”, afirmou Ricardo Baptista Leite.
Já Marta Temido disse que o PS não quer mudar o modelo, uma vez que não quer “acabar com o SNS”.
“Isso distingue-nos”, apontou.
A ministra da Saúde explicou que 2021 foi o ano com melhores resultados assistenciais para o SNS, com cerca de 36 milhões de consultas médicas (mais consultas médicas em hospitais e mais cirurgias do que em 2019). No entanto, Ricardo Baptista Leite alegou que nestes números constam teleconsultas de trace-covid realizadas pelos médicos de família.
A socialista disse que existe um nuvem de fumo e falou numa “captura das Ordens”, sem avançar com nomes.
De acordo com o deputado do PSD, os utentes recorrem às urgências porque não conseguem ser assistidos nos centros de saúde e não conseguem contactar a linha SNS24 devido à sobrecarga de chamadas. “Vamos precisas de mais recursos para a saúde”, assumiu, acrescentando que o partido prevê um plano macroeconómico com uma despesa complementar a rondar os 400 milhões de euros ao longo da legislatura.
Para Marta Temido, o modelo defendido pelo PSD “não é credível” porque quer reforçar o SNS mas baixar os custos. Ricardo Baptista Leite argumentou que o partido defende “menos custos com maior eficiência”.