18 anos, estudante de engenharia, natural de uma aldeia na Batalha. O jovem detido na quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) é descrito por familiares e vizinhos como tímido e pacato. Ao que a SIC apurou, terá sido diagnosticado em criança com uma Perturbação do Espetro do Autismo.
João é de uma pequena aldeia, com cerca de 30 a 50 casas, que fica entre a Batalha e o Santuário de Fátima. A casa da família do jovem foi alvo de buscas.
Estudante na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o jovem de 18 anos vivia sozinho num apartamento nos Olivais, em Lisboa, depois de ter concluído o ensino secundário numa escola na Batalha.
Bom aluno, apaixonado por tecnologia e pelo chamado universo Animê, a animação japonesa que partilhava nas redes sociais.
O que dizem os especialistas?
O jovem é descrito como introvertido e pacato. À Polícia Judiciária, os pais do suspeito dizem que foi diagnosticado na infância com Síndrome de Asperger, uma Perturbação do Espetro do Autismo, que não pode, por si só, ser explicada como a causa para um comportamento agressivo.
“São pessoas que têm alterações do desenvolvimento, mas mantendo um nível de inteligência alto, normalmente. São pessoas que têm algumas particularidades especiais: quando têm um gosto pesquisam intensivamente e têm interesses muito restritos. É muito importante ficar claro que não têm de ter um comportamento violento. Aliás, em geral, as pessoas com Síndrome de Asperger são mais frequentemente vítimas de agressão do que agressoras”, explica a pedopsiquiatra Paula Vilariça.
Psicóloga clínica e forense, Rute Agulhas encontra na existência do plano para o ataque alguns eventuais traços de comportamento:
“Não parece ser um comportamento fruto, por exemplo, de um surto psicótico, de um corte com a realidade. Parece ser algo mais friamente pensado”.
Aos 18 anos, está agora em prisão preventiva por fortes indícios de terrorismo, investigados pela Judiciária, agora validados por uma juíza.
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