O magistrado Johan Van Rooyen, que preside ao processo do ex-banqueiro João Rendeiro, agendou hoje para 20 de maio uma sessão entre as partes para preparar o julgamento da extradição, que tem como datas indicativas de 13 a 30 de junho.
O magistrado referiu que são datas “acordadas entre as partes”.
O ex-presidente do BPP vai permanecer detido na prisão de Westville, na África do Sul, para onde regressou no final da audiência de hoje.
Problema de selagem estará na origem do adiamento do processo de extradição de João Rendeiro
Na ótica de Luís Garriapa, Editor de Sociedade da SIC, o problema de selagem poderá estar na origem desse adiamento.
A advogada de defesa de João Rendeiro, June Marks, espera que os documentos de extradição sejam entregues a 1 de abril.
Luís Garriapa acredita que este problema de selagem, se bem que não afetou a versão inglesa, “por se encontrar intacta”, estará na origem deste adiamento.
“É inédito uma questão destas. A informação enviada, que foi enviada por Portugal, agora tenha que regressar apenas para ser novamente selada”
A versão portuguesa e a tradução em inglês do processo de extradição vão voltar a ser selados e devolvidos a Portugal para verificação, tendo as duas partes acordado uma data para que este processo ficasse concluído.
“Não haverá nenhum prazo para que seja cumprida, o Tribunal já deu como cumprido que Portugal entregou o necessário”, afirmou.
Rendeiro esteve quase três mês fugido à Justiça
Detido em 11 de dezembro na cidade de Durban, após quase três meses fugido à justiça portuguesa, João Rendeiro foi, então, presente ao juiz Rajesh Parshotam, do tribunal de Verulam, que lhe decretou no dia 17 de dezembro a medida de coação mais gravosa, colocando-o em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Westville.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.
Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, com João Rendeiro a ter de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.
João Rendeiro foi ainda condenado a 10 anos de prisão num segundo processo e a mais três anos e seis meses num terceiro processo, sendo que estas duas sentenças ainda não transitaram em julgado.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.