No início da próxima semana, as urgências de obstetrícia do Hospital de Setúbal voltam a encerrar. O Diretor do Serviço diz que os médicos estão a passar por uma sobrecarga de trabalho que põe em causa os cuidados de saúde prestados aos utentes.
O encerramento das urgências de obstetrícia no Hospital de Setúbal começam já na próxima segunda-feira, caso o serviço não tenha mais três especialistas para cumprir a escala do dia.
“No período das 9:00 às 21:00 ainda não conseguimos ter uma equipa que garanta a segurança e que permita [que a urgência esteja] aberta neste período de tempo”, disse José Pinto de Almeida, diretor do serviço de Obstetrícia do Hospital de Setúbal.
Isto “porque o serviço tem uma grande carência de médicos especialistas”, explicou o responsável.
José Pinto de Almeida já tinha admitido que as urgências de obstetrícia daquela unidade hospitalar poderiam sofrer constrangimentos durante os meses de verão.
“Os colegas de outras instituições ou freelancers que colaboram connosco, nesta altura, também por questões particulares, não têm tido tanta disponibilidade”, justificou.
O serviço de obstetrícia do Hospital de Setúbal tem sete especialistas, um número que, segundo os médicos, é reduzido para a quantidade de trabalho.
“É um ambiente difícil pela sobrecarga de trabalho [à qual] os médicos estão a ser sujeitos… Condições de trabalho insalubres e que não se vê uma grande luz ao fundo do túnel de alterações estruturais”, disse ainda o diretor do serviço.
“Quanto mais cansaço e exaustão, mais acrescem os riscos (…) Os médicos não deveriam ter a necessidade de ser solicitados para fazer urgências em cima de urgências”, continuou, em declarações aos jornalistas.
O problema da falta de médicos tem sido recorrente nas últimas semanas e não acontece só nas urgências de obstetrícia. Também as urgências de ortopedia estiveram encerradas esta terça-feira e as urgências gerais têm poucos médicos para a afluência, o que se reflete nos tempos de espera.
Nos outros hospitais de Lisboa e Vale do Tejo a situação nas urgências está, por enquanto, normalizada. No entanto, a administração de saúde da região já admitiu que haverá limitações nos próximos meses.
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