Miguel Morgado aponta precipitações na ação de Marcelo Rebelo de Sousa, defende a adaptação do calendário eleitoral nacional à organização dos partidos à Direita e considera que atual momento pode ser benéfico ao PSD, já Pedro Delgado Alves considera que não se deve marcar eleições depois de janeiro, defende a adaptação da vida dos partidos ao calendário nacional e considera que a crise no CDS-PP "não é benéfica para ninguém".
Marcelo precipitado
Miguel Morgado refere que o Presidente da República enquadrou a crise política de uma forma conveniente ao PS, ao mesmo tempo que se dá uma reorganização e clarificação política à Direita, em especial, no PSD, algo "tão importante como a necessidade que há em não deixar o país num ponto de interrogação político".
Miguel Morgado também aponta que o preanuncio de Marcelo Rebelo de Sousa, a 13 de outubro, sobre a possibilidade de eleições antecipadas foi uma precipitação.
Crise... não assim tão má?
Acrescenta que "deve haver bom senso e fazer-se cumprir a lei dos partidos", defendendo que se deve dar tempo às forças partidárias de se organizarem.
Contudo, vê o atual momento político como positivo no aspeto em que leva "Rui Rio e Paulo Rangel a não perderem tanto tempo com discussões internas que não interessam aos portugueses", e acrescenta que pode ser uma "oportunidade histórica de reconstrução do PSD", podendo apelar ao eleitorado da Iniciativa Liberal, do Chega e da Aliança.
O que nos conta a história constitucional portuguesa
Pedro Delgado Alves começa por referir que considera negativo prolongar muito tempo a data das eleições legislativas, apontando para meados do mês de janeiro, tendo em conta a história político-constitucional relativa às dissoluções parlamentares.
O socialista explica que, "regra geral, são marcadas eleições aproximadamente dois meses e meio depois do facto que lhes dá origem", conforme retira das situações idênticas de 2001, 2004 e 2011.
Acrescenta Pedro Delgado Alves que os partidos deverão adaptar a sua organização interna ao calendário eleitoral nacional.
Um CDS à Direita, mas não às direitas
Sobre a situação atualmente vivida no CDS-PP, refere que "é diferente do PSD", justificando que o calendário dos centristas estava em consonância com a data das eleições antecipadas.
Por fim, aponta que "a crise no CDS-PP não é benéfica para ninguém", apontando a importância histórica do partido para a democracia portuguesa.