Linhas Vermelhas

Demissão de Seguro Sanches: "As pessoas gostam de se esconder atrás de vitimizações"

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O comentador Miguel Morgado, do programa Linhas Vermelhas, critica a demissão de Seguro Sanches e explica que as críticas a um presidente de Comissão de Inquérito fazem parte da democracia e que não se pode recorrer a "vitimizações".

Miguel Morgado, no programa Linhas Vermelhas, não acha que os motivos apresentados por Seguro Sanches para se demitir são suficientes e que as críticas fazem parte da democracia.

“Das duas uma, ou o PS errou a indicar o nome deste deputado para presidir à Comissão de Inquérito, houve um erro de julgamento do grupo parlamentar do PS, portanto, a responsabilidade cabe ao grupo parlamentar parece ter escolhido alguém que não é competente para estas funções. Ou, então, isto é um pretexto”, explica o comentador.

Para Miguel Morgado o pretexto vem no seguimento de que “tudo o que está a emergir desta comissão de inquérito da TAP é extremamente embaraçoso para o Governo”.

No que diz respeito ao questionamento dos deputados a Sanches Seguro sobre a condução dos trabalhos, nomeadamente o tempo dado a cada grupo parlamentar, o comentador explica que ele próprio já colocou em causa um presidente de uma Comissão de Inquérito que era do seu próprio partido.

“Eu pus em causa um caso (…), acusei o presidente da Comissão de Inquérito, que era do meu partido, de falta de imparcialidade na gestão dos trabalhos”, exemplifica acrescentando que não existe aqui evidências de ataque ao caráter de Seguro Sanches.

O comentador Miguel Morgado também relembra que o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, já sofreu de ataques “violentíssimos” por parte de André Ventura que diz que o socialista não tem condições de continuar no seu lugar, mas que este não se demite por isso.

“Não vi Augusto Santos Silva dizer: fui atacado na minha honra, no meu caráter, apresento a minha demissão. Não foi isso que aconteceu e não pode acontecer. As pessoas gostam de se esconder atrás destas vitimizações, que ficaram muito na moda nos últimos anos para abafar críticas democráticas”, reforça.

O ex-presidente da Comissão de Inquérito à TAP apresentou os seus motivos para abandonar o cargo e, também, deixou alertas no que diz respeito à falta de compromisso dos deputados e necessidade de usar o tempo a discutir pormenores que não vão de encontro ao "apuramento da verdade".

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