Dezenas de trabalhadores das IPSS manifestaram-se esta terça-feira no Porto. Reivindicam aumentos salariais, valorização das carreiras e categorias profissionais.

"Trago 700€ para casa porque tenho cinco diuturnidades, senão não trazia isso. Acho que é muito pouco para a responsabilidade que temos", Eduarda Costa, funcionária de uma IPSS de Braga.

Susana Matos, outra funcionária da IPSS de Perafita expõe o mesmo problema e que pretendem melhores condições laborais.

"O meu ordenado não me chega até ao fim do mês. Na instituição onde trabalho, não é pago subsidio de alimentação, dão-nos a refeição. Ganhamos muito mal para o trabalho que fazemos. Queremos condições melhores", pediu.

A começar pelo aumento salarial o Sindicato Trabalhadores, Comércio, Escritório e Serviços de Portugal (CESP) considera insuficiente a proposta da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

"O Estado aumentou 55€ e a CNIS fez exatamente o mesmo. Aumentou 55€, mas com base no salário do ano anterior. Significa que metade da tabela ficou absorvida pelo salário mínimo nacional. Exigimos tratamento igual para todos os trabalhadores. Se os trabalhadores da função pública têm necessidades de aumentos salariais intercalares, o setor privado, também, o terá", explica Ana Rodrigues representante do CESP.

Os trabalhadores das IPSS sentem-se discriminados face aos trabalhadores do setor público e juntaram-se à porta do principal alvo: a CNIS que reconhece o problema, mas diz que pouco mais pode fazer.

"As comparticipações públicas, neste momento, estão nos 38, 39%. As dos utentes estão em 33%, isto dá 71, 72% dos custos. Os outros 28%, onde é que nós vamos buscar? É preciso desfazer este nó", Padre Lino Maia, presidente da CNIS.

“Este nó” só pode ser desfeito, diz Lino Maia, se o Governo aumentar para 50% essa comparticipação.

Em Portugal, há 200 mil pessoas a trabalhar em Instituições de Solidariedade.