Teresa vive há três anos com leucemia linfática crónica

O nome era assustador: Leucemia Linfática Crónica. Tudo se desmoronava à sua volta, enquanto ouvia o médico hematologista a confirmar as suspeitas. Tinha o resultado dos exames à sua frente, não havia mais dúvidas.
“E agora?”- quis saber Teresa.
“Agora, é ir controlando”, explicou-lhe o médico. “Esperar e ver.”
Foi então que Teresa ficou a saber que há muitos tipos de leucemia e que, neste caso, de leucemia linfática crónica, é comum não ser preciso realizar tratamento, numa primeira fase, durante muitos anos. Teria de ficar numa situação de vigilância máxima, ir a consultas e fazer exames periodicamente para avaliar a evolução da doença.
A restabelecer-se da surpresa, Teresa, de 60 anos, ficou mais tranquila. Não se sentia doente, não tinha quaisquer sintomas. O aumento do número de linfócitos fora descoberto num hemograma de rotina e o médico de família recomendou-lhe que fosse a uma consulta de hematologia, na qual lhe prescreveram os exames e diagnosticaram a doença.
Por ano, surgem em Portugal cerca de 550 casos de leucemia linfática crónica, o tipo de leucemia mais frequente no Ocidente e que corresponde a cerca de 30% de todas as leucemias. A sua incidência é maior a partir dos 60 anos e é ligeiramente mais frequente no sexo masculino.
É uma doença maligna do sangue em que as células tumorais são os linfócitos que têm origem na medula óssea. Contrariamente ao que o que se verifica com as leucemias agudas, estes linfócitos em elevado número não se multiplicam mais depressa, mas sobrevivem mais. Habitualmente, tem um crescimento muito lento.
Desconhece-se a causa da alteração dos genes, sabendo-se que, em certos casos, está relacionada com uma exposição a elevadas doses de radiação Apesar de não ser hereditária, encontram-se várias pessoas com este tipo de leucemia ou de outras doenças semelhantes na mesma família.
Frequentemente, não existem sintomas e a doença é detetada num hemograma de rotina. Outras vezes, há sinais, como aumento de gânglios indolores no pescoço, axilas ou virilhas, anemia ou infeções, entre outros.
Nem todos os doentes precisam de ser tratados na altura do diagnóstico e o tratamento pode não ser necessário durante muito tempo.
Os progressos têm sido consideráveis nos últimos anos para os casos que necessitam de tratamento, com o surgimento de novos medicamentos que apresentam resultados mais favoráveis.
É muito importante a prevenção e tratamento precoce das infeções, a principal causa de hospitalização nesta patologia. E, em todos os casos, seguir um estilo de vida saudável e ativo.
Três anos depois do diagnóstico, Teresa continua a trabalhar e mantém todas as suas rotinas de vida, interrompidas apenas pelas consultas e exames de vigilância.
27 novembro 2019
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